ATA DA QUARTA SESSÃO ESPECIAL DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA LEGISLATURA, EM 05.10.1989.

 


Aos cinco dias do mês de outubro do ano de mil novecentos e oitenta e nove reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Quarta Sessão Especial da Primeira Sessão Legislativa Ordinária da Décima Legislatu­ra, destinada à explanação sobre o Projeto Memória do Instituto Cultural Judaico Marc Chagall. Às dezessete horas e trinta e três minutos, constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e convidou os Líderes de Bancada a conduzirem ao Plenário as autoridades e personalidades presentes. Compuseram a Mesa: Ver. Isaac Ainhorn, 1º Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; Sra. Evelyn Berg Ioschpe, Presidente do Instituto Cultural Judaico Marc Chagall; Rabino Alejando Lilenthal; Dr. Israel Lapschik, Presidente do Conselho das Entidades Judaicas do Rio Grande do Sul; Dr. Abraão Faermann Sobrinho, Diretor-Executivo do Instituto Cultural Judaico Marc Chagall; Sra. Marlene Kulkes, Coordenadora do Projeto Memória do Instituto Cultural Judaico Marc Chagall; Dr. Jaques Bacalchuk, Vice-Presidente do Instituto Cultural Judaico Marc Chagall; Dr. Jayme Saltz, Vice-Presidente da Federação Israelita do Rio Grande do Sul; Ver. Nelson Castan, proponente da Sessão e, na ocasião, Secretário “ad hoc”. Após, o Sr. Presidente fez pronunciamento alusivo à solenidade e concedeu a palavra ao Ver. Nelson Castan, que saudou os presentes, discorrendo sobre o Iom Kipur (Dia do Perdão), a ocorrer dentro de três dias, e sobre o Rosh Hashaná (Ano Novo), já transcorrido, dizendo ser o período intermediário entre essas duas datas dedicado à meditação e ter uma ligação muito forte com a preservação da memória do povo judaico. Comentou a condição histórica dos judeus brasileiros e os objetivos e finalidades do Instituto Cultural Judaico Marc Chagall. Ainda, atentou para o recrudescimento das posturas nazistas e para o combate que deve ser realizado contra o mesmo, falando sobre literatura de ideologia nazista que está surgindo no País. Em prosseguimento, o Sr. Presidente concedeu a palavra à Sra. Evelyn Berg Ioschpe, que, em nome do Instituto Cultural Judaico Marc Chagall agradeceu a homenagem prestada pela Casa e explanou as finalidades do Projeto Memória do Instituto Marc Chagall. Ainda, concedeu a palavra a Sra. Marlene Kulkes, coordenadora do Projeto Memória do Instituto Cultural Judaico Marc Chagall, que relatou o início e fundação desse Projeto, sua metologia, filosofia e objetos. A seguir, o Sr. Presidente sugeriu ao Instituto Cultural Judaico Marc Chagall a realização de um levantamento sobre a presença judaica no Bairro Bom Fim e convidou os presentes a passarem ao Salão Nobre da Casa para visita à exposição de fotos relativas a colonização judaica no Brasil. Nada mais havendo a tratar, o Sr. Presidente levantou os trabalhos às dezoito horas e dois minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Isaac Ainhorn e secretariados pelo Ver. Nelson Castan, Secretário “ad hoc”. Do que eu, Nelson Castan, Secretário “ad hoc”, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada pelos Senhores Presidente e 1º Secretário.

                    

O SR. PRESIDENTE: Abre os trabalhos o Ver. Nelson Castan, na qualidade de autor da Sessão. V.Exª está com a palavra.

 

O SR. NELSON CASTAN: Senhores e senhoras, daqui a exatamente três dias começa o Iom Kipur, o Dia do Perdão.

É chegado o momento da reflexão, onde ao mesmo tempo se encerra um ciclo e outro se inicia. Os dias que separam o Ano Novo do Dia do Perdão são dedicados à introspecção e à meditação. Só depois do toque do Shofar, na segunda-feira, é que estaremos prontos para viver plenamente o novo ano. Estes dez dias que separam duas das mais importantes datas do judaísmo, o Rosh Hashaná e o Iom Kipur, tem uma ligação estreita com o motivo pelo qual estamos hoje aqui: a memória.

Nas fotos e documentos que estão expostos no Salão Nobre desta Casa, está representada uma importante parcela da carga ética e cultural que serve de base para nossa conduta. No meu caso específico, há m profundo sentimento pessoal: minha avó materna, Angelina Brilman, é oriunda de Quatro Irmãos. Meu avô materno, David Brilman, veio de Fílipson. É impossível compreender nossa condição judaica atual sem conhecer a história dos judeus brasileiros.

O Instituto Cultural Judaico Marc Chagall, através do Projeto Memória, tem prestado um serviço da maior importância, não somente para a comunidade judaica, mas da mesma forma para todos aqueles que acreditam que é através do profundo entendimento e da valorização das minorias que se obtém o verdadeiro equilíbrio na sociedade em que vivemos.

A memória tratada como valor perene é o melhor remédio contra a desinformação. Memória é, antes de lembrar, não deixar esquecer.

Neste momento, em que tão amplamente se debate o surgimento de grupos neo-nazistas entre nós, cabe louvar o trabalho realizado pelo Projeto Memória. O Sr. Siegfried Ellwanger, que além de artífice dessas iniciativas racistas, usa indevidamente o nome de minha família, tem como matéria prima exatamente aquilo que o Marc Chagall, com muito êxito, tem lutado para combater: o esquecimento, a superficialidade e a confusão deliberada.

Precisamos cada vez mais, usar os espaços apropriados para combater o racismo. Esta Câmara Municipal, através da maioria de seus Vereadores, tem estado atenta e aliada na luta contra a discriminação.

Espero, com a mais profunda sinceridade, que iniciativas como a de expor na Casa do Povo de Porto Alegre uma parcela da história dos judeus de nosso Estado, seja efetiva nesta luta.

O trabalho pioneiro do Instituto Cultural Judaico Marc Chagall é um exemplo de exercício da cidadania. De um lado, é o esforço de uma comunidade em dar a conhecer, a si própria e a outros, a sua origem, preservando assim a sua identidade cultural e honrando seus antepassados. De outro lado, a pesquisa e preservação da memória é o melhor caminho para evidenciar, a quem possa ainda nutrir qualquer resquício de dúvida, a nossa condição de judeus gaúchos e brasileiros.

Não poderia finalizar sem agradecer à Diretoria, colaboradores e funcionários do Marc Chagall e, em especial, ao Projeto Memória, belo exemplo de trabalho e seriedade que tem nos dado. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Temos a satisfação de, nesta oportunidade, passarmos a palavra à Srª Evelyn Berg Ioschpe, Presidente do Instituto Cultural Judaico Marc Chagall, que fará a sua explanação.

 

A SRA. EVELYN BERG IOSCHPE: Senhores e senhoras, em nome do Instituto, nesta ocasião, eu gostaria de evidenciar os meus agradecimentos pela lembrança feliz do Ver. Nelson Castan, da proposição feita nesta data, de se tivéssemos oportunidade de explanar o funcionamento, dos resultados a que tinha chegado o Departamento de Memória do Instituto Marc Chagall. E parece que a lembrança é muito feliz, pois justamente, como o Ver. Nelson Castan salientou, nós vivemos hoje, a comunidade judaica, deste nosso ano, estes dias de lembrança, os dias que vão do Ano Novo ao dia do arrependimento. E o Projeto Memória trata justamente desse resgate de memória. É um projeto que sendo desenvolvido desde o início do trabalho do Instituto Marc Chagall, primeiro de uma forma bastante tímida, de uma forma quase emergencial, quando houve uma consciência da sensibilidade que era muito importante nós buscarmos esta memória, e logo a seguir quando nos demos conta do que estava sendo levantado, com o rigor científico que o assunto merecia. Hoje, com a constituição de dados que temos, em breve a Drª Marlene poderá expor, o Projeto Memória do Instituto Marc Chagall é realmente um exemplo de resgate de memória, porque numa sociedade pluralista como é a sociedade gaúcha, e ao mesmo tempo fortemente identificada, é de extrema importância como exemplo para que todos os grupos que compõem a nossa sociedade se espelhem nesta possibilidade de estudar as suas origens, as suas raízes e fazer o que é um verdadeiro orgulho neste passado recente.

Acredito que, como o Rio Grande do Sul que se diferencia do contexto brasileiro, dentro do contexto cultural, como um Estado com raízes muito definidas e muito próprias, também a imigração judaica que para cá acorreu se distingue da imigração judaica que acorreu as outras capitais, aos outros Estados do Brasil. Aqui, no Rio Grande do Sul, tivemos um fluxo bastante denso em levas de migrantes que logo se ligaram à terra, com uma característica realmente inédita, e formando uma sociedade que também se distingue do ponto de vista sociológico, por características específicas. O Ver. Castan citou o caso de Quatro Irmãos, berço da sua família. E, justamente um dos exemplos mais interessantes de como se desenvolveu aqui, no Rio Grande do Sul, esta cultura singular que foi a da aculturação do migrante judeu a esta terra. O fato do migrante ter vindo da Polônia e ter se fixado na terra do Rio Grande do Sul, fez com que ele se ligasse àquela tradição, profundamente enraizada, que é a tradição do caboclo, que é tradição do homem da terra rio-grandense, do homem que toma chimarrão, do homem que usa bombacha, e, rapidamente, pudesse fundir a sua cultura com essa cultura que ele encontrou na terra que abriu suas portas e o acolheu.

Então, nós temos um estudo sociológico do maior interesse de como essa aculturação se processou no Rio Grande do Sul, que é exemplar e diferenciada. Eu acredito que olhar para isso é verificar os dados, verificar as evidências, os documentos fotográficos, é o reconhecimento que um povo faz de si próprio, é um olhar para dentro de si próprio e uma distinção da própria identidade. E só quando isso é feito, ele pode assumir uma posição madura dentro do complexo cultural.

Nós acreditamos no Marc Chagall, que o reconhecimento da comunidade como tal só pode ocorrer, realmente, através do auto-reconhecimento. No momento em que a comunidade chegar a conhecer a si própria é que ela pode realmente esperar que a sociedade como um todo a reconheça. Para isso, é necessário que haja uma verdadeira garimpagem na memória coletiva, que é como um mergulho para dentro de um baú antigo, que já fez esse exercício, na sua própria casa, sabe bem do que eu estou falando, é aquele abrir de gavetas, abrir de baús antigos onde se encontram fotografias de parentes que às vezes nem se conhece, cujo nome não se identifica, mas que vão nos contando no entrelaçar dessas evidências uma história muito peculiar e muito nossa, uma história na qual nós nos reconhecemos.

O Projeto Memória do Instituto Marc Chagall é de alguma forma esse mergulho para dentro, mas de uma forma sistemática, de uma forma científica, com as modernas técnicas de investigação sociológico-histórica, nos conduziram para que houvesse oportunidade de sistematização e, sobretudo, para que esse reconhecimento que nós hoje estamos reunindo venha servir, de uma forma orgânica, às futuras e presentes gerações de pesquisadores. Já temos a satisfação de ver os pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, de outras instituições, produtores culturais, recolhendo informações, junto a este arquivo para suas próprias produções. A isto é que realmente pretendíamos chegar. A Diretoria do Instituto Marc Chagall vem apoiando de forma bastante consistente a ação do departamento memória e já soube procurar seus próprios caminhos de desenvolvimento, e vem desenvolvendo um caminho cada vez mais amplo. Do nosso ponto de vista, esta é uma linha prioritária de ação, no sentido de que possamos acumular evidências e não nos perdemos em nossa ação em eventos fortuitos.

Para finalizar, gostaria de reiterar que o convite da Câmara é muito significativo, pois este é o fórum da Cidade de Porto Alegre, e é aqui que a cidadania se esboça e se estrutura. No momento em que a comunidade judaica vê com preocupação o recrudescimento de movimentos anti-semitas e racistas, que põem em questão o direito a uma cidadania plena, o reconhecimento deste trabalho em que a cidadania se reafirma, através da investigação da identidade, é pois muito oportuno. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, a Srª Marlene Kulkes, que coordena o Projeto Memória Marc Chagall.

A SRA. MARLENE KULKES: Sr. Presidente e componentes da Mesa, Srs. Vereadores, Srª Presidente do Instituto Cultural Judaico Marc Chagall, senhores e senhoras presentes.

O Projeto Preservação da Memória Judaica do Instituto Cultural Judaico Marc Chagall nasceu da preocupação em resgatar a memória da comunidade judaica no Rio Grande do Sul a partir das pessoas que viveram esta história.

Optou-se por obter registros principalmente através da história oral, por nos encontrarmos em uma fase em que ainda é possível o depoimento de gerações de imigrantes desde as colônias agrícolas do início do século até as levas migratórias posteriores de judeus “sefaradis”, poloneses e alemães.

O projeto teve seu início em dezembro de 1986, ou seja, há dois anos e meio, tendo como base alguns pressupostos teóricos e filosóficos que nortearam todo o seu desenvolvimento.

Em primeiro lugar, estabelecemos como objetivo o resgate da memória judaica como parte do trabalho de recuperação das informações sobre os diferentes fluxos migratórios a este Estado, ou seja, como forma de contribuir para a reconstituição da história e para o desenvolvimento das ciências humanas no Rio Grande do Sul e do País. Este objetivo e a filosofia do ICJMC, centrada na valorização do judeu como integrante e formador da sociedade brasileira, repercutiu diretamente junto a órgãos governamentais que demonstraram reconhecimento à importância da ação, apoiando-a técnica e financeiramente.

Como linha norteadora do trabalho, enfatizamos a busca por meio da oralidade para reconquistar a memória das elites – dos personagens ilustres -, mas também dos esquecidos; ou seja, há uma preocupação em dar voz àqueles que nunca tiveram voz, mas que são – como indivíduos – sempre seres históricos, e que podem em seu conjunto construir o perfil da história judaica. Nesta linha, realizamos 280 entrevistas com a história de vida dos imigrantes e pessoas que detêm informações valiosas sobre esta temática. Através do acervo coletado, é possível visualizar vários aspectos da instalação e desenvolvimento de judeus no Rio Grande do Sul. Destacam-se os depoimentos dos primeiros colonizadores agrícolas de Philippson e Quatro Irmãos, sua memória da vida na Europa, o processo imigratório e instalação no Rio Grande do Sul através da ação da ICA, instituição esta que objetivava oferecer uma nova alternativa de vida às populações judaicas que viviam em situação difícil na Europa Oriental. A vida comunitária criada e desenvolvida na realidade brasileira culmina as narrativas. Este cenário é rico em dados e informações, permitindo o estudo da vida judaica sob o ângulo histórico, sociológico e antropológico.

Há igualmente informações valiosas sobre a imigração judaico-alemã, esta mais recente. Os imigrantes resgatam sua vivência na Alemanha, explicam o processo imigratório e de instalação em terras brasileiras na década de trinta.

Judeus sefaradim colaboram com seus depoimentos da vida comunitária na Turquia e Egito, dando acesso a dados do período vivido além-mar e aqui no Rio Grande do Sul.

Nesta rede de vidas na qual se entrelaçam os depoimentos, percebe-se as situações que se repetem e as mesmas expressões e sentimentos, mostrando sua veracidade e realidade. Este cenário é complementado com acervos documentais de pessoas e instituições, incluindo 1.000 documentos, 400 fotografias e 38.000 fotogramas sobre a ICA, acervo este em grande potencial de desenvolvimento.

Preocupação constante do projeto tem sido o respeito a uma linha metodológica confiável e ao rigorismo no tratamento científico quanto ao material obtido. Neste aspecto, as entrevistas, documentos e fotos são resgatados, organizados e catalogados de acordo com orientações de instituições reconhecidas em cada área, como a Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro (na área de História Oral) e os arquivos nacionais e internacionais (quanto aos documentos e fotografias). Esta característica de rigor científico tem-nos valido o reconhecimento de especialistas brasileiros e estrangeiros, que indicam o Departamento de Memória do ICJMC como ponto de referência para consultas quanto à conteúdo e técnica. A repercussão do projeto, especialmente no meio acadêmico, é altamente gratificante a um trabalho que iniciou de forma despretensiosa, mas séria; que se desenvolveu através de trabalho árduo, com orientação segura de consultores de prestígio nas várias áreas de trabalho e que atualmente vê reconhecido seu valor técnico junto a países com experiência e tradição nesta área, como Inglaterra, Estados Unidos, Alemanha, Israel e outros.

Em âmbito nacional, o projeto estendeu suas raízes para outros Estados, divulgou sua ação e promoveu a constituição da Rede Nacional de Memória Judaica Contemporânea, com a participação dos Estados como o Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Na presidência desta Rede, o ICJMC está obtendo a divulgação e troca de informações, assim como a multiplicação de seu trabalho nos vários Estados, o que permitirá completar o quadro histórico da imigração judaica, a nível de país.

O resultado final e maior a que se propõe o projeto é a constituição do acervo não como fim último, mas como meio de incentivar e apoiar estudos e pesquisas na temática do judeu no Rio Grande do Sul, tendo como objetivo maior a contribuição para uma visão mais completa da história deste Estado, que se caracteriza por sua formação originária de várias correntes migratórias.

Este resultado final junto ao meio acadêmico vem sendo alcançado na medida em que teses de mestrado, trabalhos de produção artística, histórica e mesmo trabalhos literários estão sendo subsidiados e apoiados pelo projeto.

Neste sentido, a divulgação do trabalho, através de espaços como o aberto hoje pela Câmara Municipal de Porto Alegre, representa uma valorização importante para a consecução destes resultados.

Nosso agradecimento especial ao Vereador Nelson Castan, extensivo aos Srs. Vereadores, por sua sensibilidade na percepção de que a memória oral interessa não só a uma comunidade, mas a uma cidade e a um Estado que tem na formação pluralista o seu ponto de apoio e progresso.

Nosso reconhecimento especial a todos aqui presentes que participaram do projeto, seja como entrevistado ou doadores de documentos; entrevistadores, auxiliares de pesquisa, consultores, toda uma equipe de trabalho técnica e administrativa e à Diretoria do Instituto Cultural Judaico Marc Chagall.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: Antes de encerrarmos esta Sessão, não poderíamos deixar de registrar, com enorme satisfação, os depoimentos aqui prestados pela Jornalista Evelyn Berg Ioschpe e pela Professora Marlene Kulkes, porque nós entendemos que o conselho político da Cidade, que é a Câmara de Vereadores de Porto Alegre, não pode ficar alheio aos fatos como os registrados pelas explanações feitas. A Câmara de Vereadores tem procurado, dentro desta linha, atuar exatamente no sentido de propiciar espaços a todas as comunidades que procuram se expressar através desta Casa, dando apoio e incentivando. São de todos conhecidas as posições claras, muito firmes que este Legislativo Municipal tem tomado no curso destes últimos tempos e na sua história, que registra exatamente que se tem associado a todas estas atividades e a todas as colônias e comunidades que constituem este verdadeiro cadinho racial que é o Estado do Rio Grande do Sul e o Brasil. Registrava aqui, há pouco, a participação da Câmara na Semana Ibero-Italiana, que vai se desenrolar no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho. Também, há alguns dias atrás, prestava-se aqui, nesta Casa, uma homenagem à comunidade italiana, também, aqui, prestamos uma homenagem aos 200 anos da Revolução Francesa. Fatos que não podem ficar alheios à Cidade de Porto Alegre e ao seu conselho político que, como disse, é a Câmara de Vereadores.

Para encerrar, gostaria de lembrar o compromisso que o Instituto Cultural Judaico Marc Chagall tem com a Cidade de Porto Alegre, que é fazer o levantamento da memória oral do Bairro Bom Fim, que é um desafio, dando continuidade a esta atividade, tem, como compromisso básico, porque ali na sua atuação de pesquisa das raízes da comunidade judaica, tratando-se de um trabalho brilhantemente levado a efeito pelo Instituto.

Gostaríamos que todos passassem ao Salão Nobre da Casa, onde se realiza uma exposição de fotos da colonização judaica no Rio Grande do Sul, que faz parte da presente Sessão Especial. A exposição ficará por alguns dias nesta Casa. Agradeço a presença de todos. Muito obrigado.

Estão encerrados os trabalhos.

 

(Levanta-se a Sessão às 18h02min.)

 

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